Uma boa higiene bucal depende da escovação, do uso do fio dental e dos limpadores de língua. Mas, tem sido cada vez mais comum recorrer também aos enxaguantes bucais.
E, apesar de serem vendidos livremente, sem a necessidade de prescrição, a utilização desses produtos deve, sim, ser feita com base na recomendação do dentista. Mas vamos esclarecer por aqui as principais dúvidas que rondam o uso dos enxaguantes.
O enxaguante bucal pode ser utilizado como método complementar à higienização mecânica, isto é, aquela feita com a escova e o fio dental, por indivíduos com risco de cárie, gengivite e halitose de origem bucal, bem como após cirurgias. É importante destacar três pontos sobre esses produtos:
A frequência de utilização dos enxaguantes bucais varia de acordo com a formulação do produto e a indicação do dentista — ele é a melhor pessoa para dizer a quantidade a ser usada e os dias e horários em que isso deve ser feito.
Basicamente existem dois tipos de enxaguantes bucais: os cosméticos e os terapêuticos. Os primeiros são aqueles que reduzem ou acabam temporariamente com o mau hálito, deixando na boca um sabor agradável e a sensação de frescor. Os terapêuticos contêm agentes específicos para combater cárie, placa bacteriana e gengivite.
Eles até atenuam a halitose de forma momentânea, porém não tratam a causa do problema. Quem sofre com a condição deve procurar um dentista para identificar e tratar a origem do mau hálito. Do contrário, o enxaguante só irá mascará-lo por um tempo.
A utilização do enxaguante bucal não é indicada, como dissemos, para crianças com menos de 6 anos ou que não saibam cuspir o produto. Além disso, as versões com álcool devem ser evitadas por idosos, gestantes, dependentes químicos e pacientes em quimioterapia e radioterapia.
De acordo com a American Dental Association, o uso contínuo de enxaguantes bucais com mais de 25% de álcool em sua formulação pode aumentar o risco de câncer de boca e faringe. Embora sejam necessários mais estudos para embasar essa afirmação, já existem também evidências de que a utilização constante gere outros efeitos adversos, incluindo maior probabilidade de desenvolver xerostomia (boca seca) e irritação da mucosa bucal. Esses riscos, vale ressaltar, estão todos associados a enxaguatórios com álcool na formulação.
Não. Somente a higienização mecânica com a escova e o fio dental é capaz de remover efetivamente o biofilme dental (popularmente conhecido como placa bacteriana). Excepcionalmente, em casos de impossibilidade de realizar a escovação (por inaptidão motora, deficiência física ou mental ou em estágios pós-cirúrgicos), o enxaguante serve de método alternativo para fazer o controle das bactérias da boca.
Os enxaguantes podem ser utilizados antes da escovação, quando contêm componentes que atuam desorganizando a placa dental, o tal do biofilme, facilitando a sua remoção pela ação da escova e do creme dental. Ou podem ser empregados após a higienização bucal, quando contêm fluoretos e outros agentes terapêuticos. Nesse caso, o ideal é que sejam usados à noite, antes de dormir, pois a salivação diminui nesse período e assim o produto permanece nos dentes por mais tempo.
Fonte: Saúde Abril